Seres do espaço sideral,
Humanos por essência,
Cometeram a suprema indelicadeza
De pousarem no meu quintal,
E amarrotarem as roupas que coloquei
Para secar
No varal.
Também acabaram com
A minha plantação de papoulas estéreis,
Assustaram homens e mulheres,
Afastaram os pombos mestiços,
Expulsaram amores, dores e vícios,
Além do viço que só a ignorância humana
Consegue entender.
Os Argonautas me fizeram esquecer de você,
Quando me disseram
-assim na bucha-
Que tudo o que na verdade machuca,
Esfola, arranha, luxa,
Faz, no fundo, no fundo,
Crescer em tamanho esse baita tesão.
Eu teimei, confesso:
Fiz até oração.
Mas não deu certo, não...
*A imagem veio desse blog: http://hecatus.blogspot.com/2010/11/outra-face-da-arte-w-bouguereau.html
Fantástico!!Eu adorei esse poema sobre argonautas!Agora uma pergunta,foi você que fez esse poema da sua cabeça??
ResponderExcluirO poema não é meu, como está dito no título do post é de autoria do poeta Eduardo Perrone.
ResponderExcluirTambém gosto dele e por isso está no blog.
:]