Um poeta
tem mistérios que as mãos
não tocam
sentem sem os sentidos
os sons das letras num sopro.
São raízes que se ligam
por alguns
outros passam ignóbeis
ignorando a mensagem...
um poeta precisa
para que suas garrafas
não encalhem na areia
dos que orem em poesia
com a mesma fé
dos tombos que o vento
cravejar nas arvores, rachando
verbos e sementes.
Para que assim também alcance
momentos de poesia e êxtase
nos que nela mais futucam.
Bento calaça