O espelho nunca reflete direito o cataclismo que é esse buraco na alma, sumidouro de estrelas que se espalha em flores de bolor nas paredes úmidas.
Ontem pensei em cortar os cabelos, mudar a cor do esmalte, do batom, emagrecer,
engordar, comer ou jejuar.
Mudei de deia e dividi beijos mortos para selar as frinchas desse umbral mas a voragem rugiu árida.
Outra estrela apagou-se com a aurora.
Deixei que riscasse a pele das coxas. tatuagem vermelha, feitiço fugaz.
de Rosa Cardoso