teu olhar
esse doido
amotinado
rebentou vidraças
estilhaçou anteparos
perverteu rumos
de um caos perfumado
que não será futuro.
onde me cabe a tua compaixão
- esse toque de leveza -
de tudo sobrou
só a correnteza
esses cacos
esse cheiro de sândalo
esse teu olhar acorrentado
aos pés de algum vale sagrado.
teu olhar
esse doido
amotinado
destruiu minhas tâmaras
- as certezas do meu caminhar deserto-
e meu cântaro.