“Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo, mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê.”
♀
pequena fissura
desfia a malha
remendo
uma
duas
mil vezes
misteriosa e confusa
teia de seixos
que me enrola
a fissura eu escondo
e me enreda
sob o disfarce de um sorriso
uma
duas
mil vezes
escrevo bilhetes plenos
vastos de segredos claros
de novo e de novo
amasso o papel
bolas compactas
rolam nos cantos do quarto
♂
*citação Caio Fernando Abreu
pequena fissura
desfia a malha
remendo
uma
duas
mil vezes
misteriosa e confusa
teia de seixos
que me enrola
a fissura eu escondo
e me enreda
sob o disfarce de um sorriso
uma
duas
mil vezes
escrevo bilhetes plenos
vastos de segredos claros
de novo e de novo
amasso o papel
bolas compactas
rolam nos cantos do quarto
♂
*citação Caio Fernando Abreu
Tenho de falar desse blog.
ResponderExcluiruma coisa impressionante, adorei e o poema tambem é de tirar o fôlego.
abraços
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http://livroteologo.blogspot.com/