4 de ago. de 2010
Febre
longas e sinuosas
cadeias de palavras
contraídas como febre
atreladas a mim
um jeito de quem dorme
e nunca se deita
nunca se vira
assim
esmerada prisão
da qual me liberto
molemente
brandamente
e umas quimeras
primas-irmãs
da tua prisão
tempo... tempo
razão.
tanto tempo
suspensa
perdi o rumo
o fio da meada
as meias
e, descalça
sinto o chão
hesitantes
meus medos vagueiam
naquelas rotas trilhas
cujas horas vadias
se preenchem com você
e essa maldita comoção
tua mão em minha testa
as palavras sussurradas.
faible febre fieber fever
não me deixe aqui
perdida
apartado
nessa loucura...
pois bem sabes
que a vida é dura
e que não dura muito
faz teu encanto
eu te escondo
guardado
protegido
encantado
menino mal criado
um traquinas
adocicado
digo ao vento
num sussurro
pra te proteger
digo a lua
num afago amoroso
que te conte
meu afeto não muda
pois sou muda
no que tento dizer
para ti, para outrem
o que nada falo
por não poder
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Belo poema.
ResponderExcluirGostei imenso, querida amiga.
Beijo.
Obrigada, Nilson. Também gostei imensamete da tua visita.
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