5 de abr. de 2019
Amarras de papel
Tudo, sempre, começa e termina aqui no meu colo.
Tudo que nos enreda em tramas de fios delicados de densidade variada.
Não tenho certezas, apenas arrumo grandes e pequenas sabotagens.
São intencionais mas não parecem ser.
Amarras de papel presas aos pulsos pálidos.
E um cansaço imemorial. Tudo que fiz me prendeu e termina por te aprisionar .
E ele jamais se culpa , jamais! Pega cada erro e os arremessa em meu colo
Cansada amarro perdas, persas, pedras, lágrimas e lembranças. Tudo encadeado.
Vi ontem marcas de lágrimas fantasmagóricas desenhadas na pele.
Lágrimas que guardadas transbordam. Desdenham dos meus segredos.
Rios secos. Fantasmas dantescos.
Cubro com arte e parte delas fica. Tudo fica
Agora mesmo recolhi algumas e forjo poemas
Penas, trancos, barrancos, covardias e corajosas bravatas
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